13 de jul. de 2010

La forza de la vitta....




   Sim... o ciclo é vicioso... 
   Uma mulher amava um homem, como em muitas estórias conhecidas, muitos romances, todos iguais!!!
   Amava mais que a própria vida, e dava tudo por ele...
   Mulher que se envalidava por ele, se doava por ele e pra o amor dele...
   Se anulava diante dele e das razões dele; e ele que não sabia ainda o verdadeiro sentido deste amor que ela carregava; porque ele sequer sonhou em sentir algum dia o que ela sentia, tão menos com a mesma intensidade.
   Porque ela não se importava se ele mentia, ela não se importava se era humilhada, ela não ligava pra ele não ligar, contanto que ele não a deixasse...
   Ela não era fissurada no amor, mais valia se fosse...Principalmente no amor próprio, amor este que ela deixara de ter há tempos, desde o dia que se viu apaixonada por ele...
   Era agarrada a à ideia de não ser nunca, jamais, de maneira alguma...deixada por ele...
   Ela temia, arrepiava-lhe cada dia fio de cabelo a idéia de estar sem ele ou de ele não mais voltar, de ele a rejeitar; mas ela insistia e não sabia que o que a aterrorizava era este medo de estar sem ele...
   Ele sem saber o que o mantinha ao lado dela, de quando em vez resolvia testar suas aptidões; sabia que para ela, ele era tudo...No fundo ele sabia..e o gosto do poder era maravilhoso...
   Poder se desviar dos desagrados e ainda mantê-la sempre sua refém. Por mais que humanamente e sentimentalmente ele não quizesse agir assim...era altomático e aleatóreamente que o fazia...
   Por ela ele era amado, desejado com todas as forças, desde o fio de cabelo a farpa em fel de sua língua quando proferia palavras amargas.
   Ela amava até mesmo os defeitos, ela se agarrava a isso, se imaginando a pior das criaturas...
   Mas nada foi suficientemente grande e forte a ponto de impedir que ele a deixasse. Uma hora este jogo cansaria, não era interessante manter-se em um jogo onde só você é ganhador. Não há adversários e menos ainda vencidos a altura.
   Este foi se jogo, para ele a vitória momentânea...A ela restou a esperança de erguer-se e perceber que nada passava de uma reviravolta.
   De fato fora sim a vitória, triunfal, mas DELA.....
   Ela ainda só não sabia disso...ela só não queria isso....
   Era de fato o que ela mais temia, mas só quando de fato ocorreu ela pôde encontrar em si algo desconhecido.
   Que só quando se vê perdido, sem solução ou caminho possível, pela perda das bases e estruturas formadas diante de uma companhia é que se pode encontrar.
   Que só quando há despedida, quando a raiva é confundida com a covardia diante de um amor inconsolável.
   Quando nosso porto seguro se torna o lugar mais inabitável.
   Quando se chora e não sabe o por que...
   Quando ela tocou o fundo do poço, quando nem a fome doía tanto quanto a perda, ela sentia o coração ao som de um rumor insuportável.
   Sua garganta se epertava, como quizesse expulsar do fundo um choro agudo...
   Como quizesse adentrar em si mesma...
   Seu mundo parecia inatingível, e acordar não mais era sensato, por apenas desejava nem mais se lembrar.
   Sua esperança já não mais era suficiente, não perguntava mais o que é a eternidade mesmo que houvesse quem a ofendesse ou a vendesse... Sua alma era perdida dentre tantos sentimentos embreagados em dor.
   Sentia como segurando sua própria vida a um fio...sem saber o que fazer com meada inteira.
   Ela não entendia em que prisão se jogara... Não entendia seu crime e menos ainda o motivo de tanta hipocrisia...Só se lamentava de tudo, de cada momento e de cada erro cometido ainda que nem os soubesse ter cometido.
   Isso agora não bastava, não iria remediar lamentar, recordar porque a infermidade já se tornara intensa; e a aprisionara em um leito perpétuo, condicionando-a à doença da desilusão.
   Ela não respirava por si, não comia por si, não sonhava por si e o único motivo de tentar se levantar, se reerguer era de talvez reencontrá-lo. Tentar mostrar a ele que ainda era possível, mas mostrar a si mesma... não agora.
   Durante muito tempo foram assim seus minutos intermináveis. Seus dias escorregavam lentamente.
   Até quando ele acordou. No dia em que subtamente ele sentia uma pequena pontada da falta dela, e acreditou ser apenas comodismo.
   Mas a pontada crescia cada dia mais e mais...E enfim ele notou a falta que ela fazia...
   Que não sabia caracterizar em palavras. Que só a língua portuguesa trazia a exemplificação.
   E ao ouvir uma canção lá estava a palavra que faltava...SAUDADE!!!
   Aos poucos ele foi colocando as coisas no lugar, mas nada estava no lugar sem ela...
   Ela também não estava mais em seu lugar...
   Assim ele veio pôr fim ao estado vegetativo dela..
   E trouxe a alegria, carinho e tudo como era antes...
   A única questão considerável em tudo isso é que ambos não perceberam que nada era mais como antes, o quanto toda esta trajetória traz cicatrizes.
   O crescimento e a mudança pessoal por trás de tudo isso não é notável de imediato, mas se torna algo maior, principalmente em um momento em que ele se torna agora o refém de seu amor por ela; amor este que nem ele sabia existir..amor este que ele abriu mão, dando espaço para que ela descobrisse um amor maior...O amor próprio.
   Porque foi no pior instante que ela viveu que ela descobriu...Esta força que existe em nós, mais forte que qualquer sentimento mútuo, maior que este mundo irracional e inútil.
   Mais forte que uma morte e que um sofrimento incompreensível, do que aquela nostalgia que não a largava mais.
   A força da vida que ela trazia consigo, fê-la ver  ainda sem saber que tinha uma saída...
   Uma vontade que a morte desafia e que agora era o que a segurava...força que a guardava e que  ela reconhecia...força mais teimosa que existe em nós...
   Que fê-la sonhar e não mais se entregar...a vontade mais frágil e infinita...De acordar mais aquele dia, a todos os dias, até não ter fim...
   A partir do sussurro que ouviu de seu interior: "Veja quanta vida ainda existe!" ...
   Contudo o vício se segue, ela o ama..porém não mais que a si própria, e provavelmente este sentimento não mais será suficiente, não por falta de perdão, mas por falta de ilusão, de encantamento, de envolvimento.
   Um dia ela também o deixará, ou não..e ele também sentirá, ou não...
   Enquanto isso ela apenas vive....ela sonha, ela ama, ela se encanta a cada dia justamente pelo que ouve a cada manhã....
   E nenhuma palavra que ele vá sussurar em seus ouvidos ao acordar, mesmo que com voz suave entre carinhos, carícias e beijos apaixonados serão maiores e soarão melhor que o que ela ouve do próprio coração:
"Veja quanta vida ainda existe!" ...
   E não por causa de sofrimento, nem dela e nem dele...
   Apenas por aprendizado..."Cada um aprende com o que vive e cada um vive o que colhe...colhendo o que plantou"...
   O ciclo se inicia com as paixões e nunca se finda poruqe sempre terá quem sofra, quem faça sofrer e um dia também sefrerá... Por trás de alguém que faz sofrer um dia houve sofrimento sentido e assim vamos vivendo, dando um pouco de nós, recebendo um pouco do outro, apredendo e ensinando, porque ninguém vive por si só...
   Sempre deixamos algo de nós em alguém e sempre levamos algo de alguém....!!!
   E o que realmente fica é a certeza de que o melhor amor que se pode dar e receber é  aquele que vem para engrandecer e não para nos anular diante do próximo. Quando quero estar com alguém, quero alguém que esteja 100% comigo e não uma parte... Anular-se uma parte que seja nos faz perder a autenticidade do que somos...E o verdadeiro amor aceita-nos como somos em totalidade!!!

7 de jul. de 2010

Jardim das Delícias

Procuro para mim um homem sem moral
que me deixe arisca e me deite de costas, mandando coisas.


O Oculto da paixão tem mais sabor que pitanga roubada
e minha alma dissoluta, dissimulada mistura ao vinho uma idéia de me jogar em lençõis de linho ou no mar.

Ah, eu queria saber de cor o nome das estrelas, todas as constelações e tudo que de mistério carrega o ser humano

a face das pessoas, a inconfessável, a dimensão da atmosfera e o ponto exato
onde tudo se desintegra.

Quero conhecer o sentido da vida, a essência do vôo e a geografia.



Bruna Lombardi