8 de mar. de 2010

05 - 05/03/2005 - Abstrato

Há momentos em que me sinto só;
Mas me pergunto o motivo de estar só, quando nem mesmo é possível  saber se realmente há alguém que sempre está comigo...
Por quê querer estar acompanhado, quando o que se sente por dentro é um grande vazio e uma enorme  sensação de inutilidade pessoal?
Por quê querer estar entre uma multidão ou até mesmo sob carícias de um abraço aconchegante, mesmo sabendo que está sózinho por escolha própria?
Como saber a diferença entre um abraço carregado materno ou o de um amante quando a carência já é tal que mesmo não sendo de fontes objetivas parecidas, sequenciam no mesmo significado?
Quando por nada, mas simplesmente por causa de tudo, se começa a perceber a importância da verdade pelo simples descontentamento do não- costume de não mais mentir?
e não mentir por não ver  e não haver necessidade de ser alheio à realidade quando se passa a olhar para dentro e enxergar além da alma sem precisar se refletir em espelhos enganosos com fatos distorcidos.
Como gostar de estar sob a chuva em pleno inverno sem querer vê-la cessar, por não querer se secar por causa da secura dói mais por dentro do que o frio corrói o corpo.
E  mesmo ficando molhado se sente lavado a água quente...
E que se dane o resto!!!Afinal ele é só o resto mesmo!!!
Não que este seja superfluo, mas já não tem a mesma utilidade saber de tudo...
Já não importam os padrões...
Já foi algo mais do que  é agora, e viajando como fazemos, não veremos nunca que no fim, as continuam sendo as mesmas e estão ainda nos mesmos lugares.
Podem talvez serem apenas o resto  de algo e um dia também terá outro resto ainda inexistente.
Porque tudo muda a todo instante, mas em nossa lembrança continuam intactas, e o medo nos trava a visão das mudanças.
O medo corrói a cada dia a ciragem de quem não tem opinião.
De quem não tem opção.
De quem não tem vocação.
De quem não tem coração.
Porque é ele que te impulsiona a tentar..
A fazer e depois se lembrar...
A não se martirizar...
A não relutar e nem fraquejar...
E não deixa o incerto ser apenas este abstrato de medos que nem vale a pena!!!

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