5 de mar. de 2010

02- Falar de mim ou "DELA"? ....De nós!!!

Desde pequena fui alguém diferente. Não que cada um de nós não seja, na verdade todos somos diferentes, mas sempre podemos ainda encontrar dentro de nós semelhanças com a mãe, com o pai, um irmão, ou alguém mais próximo com quem se convive. Eu não, Talvez algo ainda desconhecido por mim, fez-me assim tão subjetiva, subliminar, tão intensa, emotiva ao extremo; coisa a que minha família nunca se deu ao luxo...Diante de tanta correria, tanta batalha lembro-me pouco como podia minha mãe ser mãe, avó, dona de casa, cozinheira, lavadeira, salgadeira, e dentra tantas outras "eiras" até já ficou sem beira,mas sempre a ajudavam..ela era admirada ...de coração forte, boa, piedosa, as vezes trocava o seu pela felicidade ou simplesmente pela necessidade de quem não tinha...Nós também não tínhamos muito, mas sempre fui feliz com ela, mesmo na simplicidade eu gostava de ver a alegria nos olhos dela, eu me sentia como um motivo de orgulho para ela. Era emotiva como eu...mas emotiva pra dentro de si própria...uma alegria com orgulho ao ver que mesmo em dias difíceis, sozinha, um dia após o outro chegava um filho pela porta, já crescido, talvez até com família formada; sabendo que de seu suor custou-lhe a alegria. Saber que, mesmo sem poder, aquelas duas crianças que abrigava em seu lar, sem obrigação alguma, mas com afetos inestimável, cresciam saudáveis, felizes e herdando dela a melhor herança...O melhor legado! Ela era forte, séria, mas me ensinou a danças forró,acho até que já foi muito bonita, vista beleza de minhas irmãs...Mas era frágil, chorava ao ver novela, cantarolava fazendo coxinha, o seu inesquecível "Adeus Sarita" nunca deixei de lembrar uma palavra sequer...Seus boizinho de metal (que devolvi a ela quando se foi para que sempre se lembrasse de mim lá para onde ela iria...) remetiam a sua infância sofrida, não brincadas e que em poucas, mas não menos importantes vezes eram revividas em meio a um fiasco de tempo em sobra sentada ao meio da sala brincando de desenhar... E ela não sabia, não pôde sequer chegar ao colegial, mas o brilho dito antes era mais intenso ao ver minhas pequenas mãozinhas tracejando pessoas...Uma criança de aproximadamente uns cinco a sete anos, eu essa estranha que ela amava tanto...De quem ela admirava a voz....ao me ver cantar e insentivava...Um dia uma cantora eu poderia ser....Ela não barrava meus sonhos...Ou minhas imitações da Sandy...ou nas festas em que eu dançava na escola...eu sempre denaçava em todas..mesmo ela não podendo custiar as roupas cheias de garbo, mas ela deixava...Passava aperto...mas ía me ver dançar...De quem ela vislumbrava os desenhos...Era impressionante ver, hoje ainda me recordo de como eram (o que ela mostrava) suas mulheres desenhadas...e como se maravilhava com meu resultado...como meus desenhos a emocionavam... Comparando-os com os dela....desformados..mulheres com cabeça redonda como bola de basquete em escala reduzida, acoplada a um pescoço de cabo de vassoura e vestido em forma de triângulos...Seus olhos pareciam bolas de gude em escala proporcional como o símbolo da BAND, narizes como tomadas..dois furos em cima de uma boca carnuda...



Esses tempos só voltam quando sonho, ou quando como agora de tanto lembrar acabo quase revivendo o momento ....Bom mas como de costume devago damais em meus assuntos...E o que eu iría dizer era que como passava tanto tempo com minhas irmãs...as vezes em revezamento, todas elas trabalhavam muito desde cedo...e com elas aprendia e até pegava seus trejeitos e suas manias...Mas ainda era diferente..eu não parecia com ela...Eu copiava elas para criar daquelas características o meu próprio jeito...Não queria ser desrespeitosa como a Kakai e nem alheia aos sentimentos dos outros como a Cel e nem queria chorara para dentro como a neném, Mas aprendi a gostar das músicas sertanejas ouvindo o radinho da Kakai, e até hoje meu gosto musical é retrô...Sou uma jovem velha...que pouve canões velhas...Aprendi a gostar de ler e escrever pelas pasta de papeis de carta e agenadas de pensamentos da Neném...Leio um livro se me agradar em três dias..e não páro até terminá-lo, escrevo o q sinto e n digo a ninguém, e desenho o q antes eram as coleções dos papésis de carta dela...Não há pq comprar se posso desenhar...e por aí vai...Mas minha estranhês continua...essa mania de não saber estar só...de não saber como é realmente minha personalidade, por saber que sou uma miscelânia do jeitos de meus irmãos...Mesmo sabendo que ainda assim essa estranhês me faz tão diferente deles..tão...enxergados para fora e eu para dentro. Pois nenhum deles foi e nem é assim....essa coisa artística, essa ilusão incessante, essa necessidade de voar alto, de sonhar e até mesmo a vontade de quebrar a cara só para saber o gostinho da aventura...E "ELA"....ela ria e dizia..deixa a menina cantar...ela gosta....deixa ela desenhar...ela desenha bem.....deixa ela..isso...deixa ela aquilo..e assim.....ela deixou.. ela nos deixou......Mas deixou saudade também....E como...

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